quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Água sagradaAgbo ou simplesmente Abô, são os nomes usados pelo povo do santo para denominar a mistura de folhas sagradas, usada na feitura de santo até a ultima obrigação chamada de axexe.
Sua utilização é larga e irrestrita, significando principalmente a ligação entre o Orum e Aiye (mundo dos Orixás e o dos Homens). Proporcionando o fortalecimento físico e espiritual, prevenindo e até mesmo curando certos tipos de doenças, segundo alguns estudos. (Barros 1993:81). Também usado na sacralização de objetos como fio de contas e espaços sagrados.
Sua preparação é complexa, com ritos que pode durar até sete dias. A presença de um Babalorixá e de um Babalosaim é indispensável para sua confecção, pois neste ato litúrgico são exaltados os cânticos de sasanha.
Além de respeitar horários para a colheita das 16 folhas sagradas, sendo oito tipos de folha chamada "fixas" (Ewe Oro) e 8 tipos de folhas "variáveis" (Ewe Orixás), de acordo com o Orixá que se esteja trabalhando, são utilizados, obi, orobo , azeites, mel e até mesmo (Ejé) sangue de animais sacrificados, entrarão nesta misteriosa mistura, tão importante para esta cultura também denominada como Jêje-Nagô.
Ewe oro e Ewe Orixás são folhas sagradas pertinentes a cada terreiro, podendo variar de acordo com sua regência, todavia são escolhidas ou herdadas de forma ordenada, geralmente seguindo um equilíbrio: folha gún (excitante “quente”) , seu significado em nagô é “chama transe”, associada com uma folha èrò (calma “fria”), que é catalisadora da propriedades de outras plantas, formando assim uma parceria perfeita, para uma sintonia harmônica .
As folhas gún ou èrò podem ser macho (agboro) ou fêmea (Yagbá). Na realidade o que distingue sua associação são as formas, se pontiagudas são consideradas masculinos se arredondadas femininos, todas elas tem o domínio do Orixá Osanyin.




Iroko (Chlorophora excelsa) - Árvore africana, também conhecido como RôcoIrôco, é um orixá, cultuado no Omoloko do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponderia ao Nkisi Tempo naAngola/Congo.No Brasil, Iroko é considerado um orixá e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação ketu. É tido como orixá raro, ou seja, possui poucos filhos e raramente se vê Irôko manifestado. Para alguns, possui fortes ligações com os orixá chamados Iji, de origem daomeana: NanãObaluaiyêOxumarê. Para outros, está estreitamente ligado a Xangô. Seja num caso ou noutro, o culto a Irôko é cercado de cuidados, mistérios e muitas histórias.No Brasil, Iroko habita principalmente a gameleira branca, cujo nome científico é ficus religiosa. Na África, sua morada é a árvore iroko, nome científico chlorophora excelsa, que, por alguma razão, não existia no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada.Para o povo yorubá, Iroko é uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos orixás. No entanto, originalmente, Iroko não é considerado um orixá que possa ser "feito" na cabeça de ninguém.Para os yorubás, a árvore Iroko é a morada de espíritos infantis conhecidos ritualmente como "abiku" e tais espíritos são liderados por Oluwere. Quando as crianças se vêem perseguidas por sonhos ou qualquer tipo de assombração, é normal que se faça oferendas a Oluwere aos pés de Iroko, para afastar o perigo de que os espíritos abiku levem embora as crianças da aldeia. Durante sete dias e sete noites o ritual é repetido, até que o perigo de mortes infantis seja afastado.O culto a Iroko é um dos mais populares na terra yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Iroko, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem.
Iroko está ligado à longevidade, à durabilidade das coisas e ao passar do tempo pois é árvore que pode viver por mais de 200 anos. 

O Catimbó é, sem duvida nenhuma, de origem índia. Sem voltar às descrições antigas da pajelança e aos primeiros contatos entre o catolicismo e a religião dos índios, inclusive àqueles fenômenos de “santidade” que conhecemos tão bem através das informações do Tribunal do Santo Ofício, sem tentar traçar a genealogia histórica do Catimbó, encontramos ainda hoje entre o puro índio e o homem do Nordeste toda a gradação que nos conduz pouca a pouco do paganismo do Catimbó.

O Catimbó de hoje é o resultado desta fusão da prática pagã inicial dos índios com o catolicismo sobre o qual construiu a base da “ religião” . É impossível dissociar o Catimbó do catolicismo e de outras tradições européias, provavelmente adquiridas dos holandeses, mesmo após as influências que recebeu do Candomblé e do kardecismo.

Podemos considerar que a mesma falta de força étnica que fez com que os índios fossem antropologicamente sobrepujados por outras culturas fez com que o Catimbó perde-se a sua identidade índia original (pajelança) e adquirisse os rituais importados de outras práticas religiosas mais “fortes”. Neste caso contribuiu muito a falta da cultura escrita que fez com que na medida em que os próprios índios eram extintos a prática religiosas Xamanista fosse sendo perdida ou diluída.

Entretanto do Xamanismo original foram preservadas as ervas e raízes nativas como base de todos os trabalhos e na prática da fumigação com fumaça de cachimbos e fumos especialmente preparados o elemento mágico de difusão.

Para o índio, o fumo é a planta sagrada e é a sua fumaça que cura as doenças, proporcionando e êxtase, dá poderes sobrenaturais, põe o pajé em comunicação com os espíritos.

Os primeiro elementos do Catimbó que devemos lembrar é o uso da defumação para curar doenças, o emprego do fumo para entrar em estado de transe, a idéia do mundo dos espíritos entre os quais a alma viaja durante o êxtase, onde há casa e cidades análogas às nossas. A grande diferença é que a fumaça na pajelança é absorvida, enquanto no Catimbó ela é expelida. O poder intoxicante do fumo é substituído aqui pela ação da jurema.

O Catimbó se desenvolveu diferentemente no interior e no litoral, nas capitais. As influências de outras práticas religiosas mais fortes em cada um deste locais acabam determinando o formato do Catimbó. Podemos dizer que quanto mais para o interior mais simples ele será devido a menor influência das religiões africanas.

Crianças, Ibejis, ou Ibejada são entidades cultuadas no Omoloko. Por ocasião da festa, a 27 de setembro, os terreiros distribuem doces e fazem uma mesa farta para as crianças que incorporam nos médiuns. As cores são azul claro e rosa. As entidades possuem diversos pontos de atuação. Cachoeiras, praias, matas, lajedos e há até algumas traçadas com exus, o que resulta num exu-mirim ou Criança da Esquerda.
As oferendas normalmente são feitas em jardins e são sempre doces, refrigerantes, além de frutas. Quando incorporam nos terreiros, são brincalhões, travessos, meigos e chorões. São entidades de grande atuação e força espiritual. Sempre se comenta nos terreiros que quando uma criança faz um trabalho, só ela tem o poder de tirar. Também têm grande poder de cura. todas as crianças te muito mais força que qualquer entidade.
                                                          Algumas Crianças ;                     
Rosinha da Praia
Mariazinha da beira da Praia
Pedrinho da Praia
Jorginho
Pedrinho da Mata
Caboclinho da Mata
Mariazinha da Mata
Joãozinho da Pedra Branca
Zezinho do Lajedo
Bentinha
mariazinha
julinha
joãozinho
camponesa
raio de sol
rosinha
malandrinho




                                                                               
Os Caboclos, na Umbanda, são entidades que se apresentam como indígenas e incorporam também no Candomblé de Caboclo.As entidades assim denominadas que se apresentam nos terreiros de Umbandasão espíritos com um certo grau espiritual de evolução.Geralmente se utilizam de charutos para provocar a descarga espiritual de seu médium e também do seu consulente. Alguns assoviam, outros bradam no ato da incorporação. Costumam ser bastante sérios nos seus conselhos. São considerados, portanto, grandes trabalhadores dos terreiros.
                                                                                         Alguns Caboclos ; 
Cabocla Araci
Cabocla Baianinha
Cabocla Brava Cabocla
Cabocla Caçadora
Cabocla Coral da Mata  
Cabocla Diana da Mata
Cabocla Estrela de Cristal
Cabocla Guaraciar
Cabocla Helena
Cabocla Iara
Cabocla Indaiá
Cabocla Iracema Flecheira
Cabocla Itapotira
Cabocla Jacira
Cabocla Janaina
Cabocla Jandira
Cabocla Jandira Flecheira
Cabocla Jarina
Cabocla Jupiara
Cabocla Jupira
Cabocla Jurema
Cabocla Jurema do Rio
Cabocla Jurema do Mar
Cabocla Jurema Flecheira
Cabocla Jurema da Cachoeira
Cabocla Juremera
Cabocla Jureminha
Cabocla Juruena
Cabocla Jussara
Cabocla Mariana
Cabocla Murambinha
Cabocla Sete Estrelas
Caboclinha da Mata
Caboclo Águia Azul
Caboclo Águia Branca
Caboclo Águia da Mata
Caboclo Aimberê
Caboclo Aimoré
Caboclo Aracati
Caboclo Araguaia
Caboclo Arapongas
Caboclo Arapuança
Caboclo Araraguara
Caboclo Arara Verde
Caboclo Araribóia
Caboclo Araúna
Caboclo Araraúna
Caboclo Arranca Toco
Caboclo Arruda
Caboclo Beira Mar
Caboclo Boiadeiro
Caboclo Bororó
Caboclo Brogotá
Caboclo Caçador
Caboclo Caiçara
Caboclo Calmaria
Caboclo Capitão da Mata
Caboclo Caramuru
Caboclo Carijó
Caboclo Catumbi
Caboclo Cipó
Caboclo Cobra Coral
Caboclo Coração da Mata
Caboclo Corisco
Caboclo Curumataí
Caboclo da Mata
Caboclo do Fogo
Caboclo do Oriente
Caboclo do Sol
Caboclo do Vento
Caboclo Estrela
Caboclo Flecha Dourada
Caboclo Flecha Ligeira
Caboclo Flecheiro
Caboclo Gira Mundo
Caboclo Girassol
Caboclo Guaraci
Caboclo Guarani
Caboclo Humaitá
Caboclo Inca
Caboclo Jaborandi
Caboclo Jibóia
Caboclo João da Mata
Caboclo Junco Verde
Caboclo Jurambô
Caboclo Juremero
Caboclo Laçador
Caboclo Lage Grande
Caboclo Lírio Verde
Caboclo Lua                                                        
Caboclo Marajó
Caboclo Mata Virgem
Caboclo Mirim
Caboclo Oxu Maré
Caboclo Okêro
Caboclo Olho de Lobo
Caboclo Onça-Pintada
Caboclo Oxósse da Mata
Caboclo Pantera Negra
Caboclo Pedra Branca
Caboclo Pedra Dourada
Caboclo Pedra Negra
Caboclo Pedra Preta
Caboclo Pele Vermelha
Caboclo Pena Azul
Caboclo Pena Branca
Caboclo Pena Dourada
Caboclo Pena Marrom
Caboclo Pena Preta
Caboclo Pena Roxa
Caboclo Pena Verde
Caboclo Pena Vermelha
Caboclo Peri
Caboclo Poti
Caboclo Quebra Demanda
Caboclo Quebra Galho
Caboclo Rei da Mata
Caboclo Rompe Folha
Caboclo Rompe Mato
Caboclo Roxo
Caboclo Samambaia
Caboclo Serra Verde
Caboclo Serra Negra
Caboclo Sete Cachoeiras
Caboclo Sete Cobras
Caboclo Sete da Lira
Caboclo Sete Demandas
Caboclo Sete Encruzilhadas
Caboclo Sete Espadas
Caboclo Sete Estrelas
Caboclo Sete Flechas
Caboclo Sete Folhas Verdes
Caboclo Sete Folhas da Mata Virgem
Caboclo Sete Montanhas
Caboclo Sete Pedras Douradas
Caboclo Sete Pedreiras
Caboclo Sete Penas Douradas
Caboclo Sultão da Mata
Caboclo Tapindaré
Caboclo Tibiriçá
Caboclo Tira Teima
Caboclo Treme Terra
Caboclo Tupã
Caboclo Tupi
Caboclo Tupi Guarani
Caboclo Tupinambá
Caboclo Tupinambá da montanha
Caboclo Tupiniquim
Caboclo Tupiraja
Caboclo Ubirajara Flecheiro
Caboclo Ubirajara Peito de Aço
Caboclo Ubiratan
Caboclo Umuarama
Caboclo Urubatan
Caboclo Urucutum
Caboclo Vence Tudo
Caboclo Ventania
Caboclo Vigia das Matas
Caboclo Vira Mundo
Cacique "Cablocos Coroados"
Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".
São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos.

                                              
Marinheiro na Umbanda são entidades geralmente associadas aos marujos, que em vida empreendiam viagens pelos mares, enfrentando toda sorte de infortúnios. Trabalham na linha das águas, na linha de Yemanjá, a mãe universal na Umbanda, a rainha dos mares.Ótimos guias para desmanche de feitiçaria, os marinheiros trazem com seu jeito alegre a dispersão de fluidos oriundos do baixo astral, bebericando sua cerveja, rum ou cachaça. Apesar de seu modo cambaleante, estão mantendo o equilibrio encimando ondas vibratórias densas que emanam de entidades maléficas, tratando todos os guias e consulentes de mano, sao entidades irmanadas no auxilio mútuo ao próximo.